Os grupos económicos cooperativos na encruzilhada entre os princípios da intercooperação e da autonomia e da independência. Uma análise à luz do direito português
Resumen
O regime jurídico que enquadra as estratégias de grupo adotadas pelas cooperativas em Portugal é insuficiente. As estratégias de grupo são uma manifestação do princípio cooperativo da intercooperação, na sua dimensão de colaboração económica, pelo que o Código Cooperativo permite às cooperativas constituir sociedades comerciais, filiais societárias, adquirir participações no capital social de sociedades comerciais. No entanto, estão vedadas à cooperativa as relações de grupo que se traduzam em qualquer forma de «subordinação» da cooperativa aos interesses de outras entidades. De facto, o princípio cooperativo de autonomia e independência impede a cooperativa de ser uma entidade controlada num grupo dominado por outra entidade jurídica. Se a cooperativa adota esta estratégia de grupo para a satisfação das necessidades dos seus membros, estaremos perante o conceito de «mutualidade indireta», conceito admitido expressamente na doutrina e na legislação de certos ordenamentos jurídicos. Impõe-se uma análise casuística que permita distinguir as situações de mutualidade indireta das situações de desmutualização do fenómeno cooperativo. A salvaguarda da identidade cooperativa exige um adequado regime de determinação e distribuição dos resultados gerados no contexto dos grupos cooperativos.
Recibido: 10 junio 2021
Aceptado: 01 octubre 2021
Descargas
Citas
ABREU, Jorge Manuel Coutinho de. 1999. Da empresarialidade. As empresas no Direito. Coimbra: Almedina.
ABREU, Jorge Manuel Coutinho de. 2014. «Comentário ao Artigo 503.º». In Código das Sociedades Comerciais em Comentário, Vol. VII (Artigos 481.º a 545.º), coord. por Jorge Coutinho de Abreu, 279-296. Coimbra: Almedina.
Alcalde Silva, Jaime. 2009. «Los principios cooperativos en la Legislación Chilena», CIRIEC. Revista Jurídica de Economía Social y Cooperativa, n.º 20: 201-291.
ANTUNES, José R. Engrácia. 2002. Os Grupos de Sociedades. Estrutura e organização jurídica da empresa plurissocietária. Coimbra: Almedina.
ALFONSO SÁNCHEZ, Rosalía. 2001. «La Integración Cooperativa. La cooperativa de segundo grado». In La Sociedad Cooperativa en la ley 27/1999, de 16 de julio, de Cooperativas, coord. por Alonso Espinosa, 355-386. Granada: Edit. Comares.
ALFONSO SÁNCHEZ, Rosalía. 2018. «La transformación de sociedades cooperativas agroalimentarias en sociedades de capital» In Integración y concentración de empresas agroalimentarias: estudio jurídico y económico del sector y de la Ley 13-2013 de fomento de la integración cooperativa, coord. por Cristina Cano Ortega; Carlos Vargas Vasserot (dir.), 499-519. Madrid: Dykinson.
Bandeira, Ana Maria, Meira, Deolinda. A. & Alves, Vera M. 2017. «Los diferentes tipos de resultados en las cooperativas portuguesas. Un estudio de caso multiple». REVESCO. Revista de Estudios Cooperativos, Primer Cuatrimestre, n.º 123: 37-63. DOI: http://dx.doi.org/10.5209/REVE.54919.
Correia, João Anacoreta & Dias, Maria João R. 2012. «A associação da cooperativa com outras pessoas coletivas e a transformação encapotada de cooperativa em sociedade comercial: análise dos artigos 8.º e 80.º do Código Cooperativo». In Jurisprudência Cooperativa Comentada. Obra coletiva de comentários a acórdãos da jurisprudência portuguesa, brasileira e espanhola, coord. por Deolinda Meira, 387-403. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda.
COSTA, Ricardo. 2003. «Unipessoalidade Societária». In Instituto de Direito das Empresas e do Trabalho, Miscelâneas, 1, 41-142. Coimbra: Almedina.
DIAS, Maria João. 2018a. «Artigo 8.º». In Código Cooperativo Anotado, editado por Deolinda Meira e Maria Elisabete Ramos, 58-68. Coimbra: Almedina.
DIAS, Maria João. 2018b. «Artigo 111.º». In Código Cooperativo Anotado, editado por Deolinda Meira e Maria Elisabete Ramos, 584-589. Coimbra: Almedina.
Fajardo, Gemma. 1997. La gestión económica de la cooperativa: responsabilidad de los socios. Madrid:Tecnos.
Fajardo, Gemma. 2018. «Artigo 20.º». In Código Cooperativo Anotado, editado por Deolinda Meira e Maria Elisabete Ramos, 122-128. Coimbra: Almedina.
Fajardo, Gemma., Fici, Antonio., Henrÿ, Hagen, Hiez, David, Meira, Deolinda, Münkner, Hans-H. & Snaith, Ian. 2017. Principles of European Cooperative Law. Principles, Commentaries and National Reports. Cambridge: Intersentia. DOI: https://doi.org/10.1017/9781780686073
FICI, Antonio. 2014. «La cooperación entre cooperativas en el Derecho Italiano y comparado». Boletín de la Asociación Internacional de Derecho Cooperativo, n.º 48 (diciembre): 103-148. Doi: https://doi.org/10.18543/baidc-48-2014pp103-148.
Fici, Antonio. 2015. «La función social de las cooperativas: notas de derecho comparado». REVESCO, Revista de Estudios Cooperativos, n.º 117: 77-98. DOI: https://doi.org/10.5209/rev_REVE.2015.v117.48146
FICI, Antonio. 2018. «Artigo 22.º». In Código Cooperativo Anotado, editado por Deolinda Meira e Maria Elisabete Ramos, 135-138. Coimbra: Almedina.
Fjortoft, Tore & Gjems-Onstad, Ole. 2013. «Norway and Scandinavian Countries». In International Handbook of Cooperative Law, editado por Dante Cracogna, Antonio Fici & Hagen Henrÿ, 563-583. Heidelberg: Springer.
Frada, Manuel Carneiro & Gonçalves, D.C.. 2009. «A acção ut singuli (de responsabilidade civil) e a relação do Direito Cooperativo com o Direito das Sociedades Comerciais». Revista de Direito das Sociedades, Ano I – 4: 888-904.
Henrÿ, Hagen. 2013. «Finland». In International Handbook of Cooperative Law, editado por Dante Cracogna, Antonio Fici & Hagen Henrÿ, 373-382. Heidelberg: Springer.
Henrÿ, Hagen. 2018. «Concentración, cooperación, cadenas de valor: consecuencias para los principios cooperativos». In Integración y concentración de empresas agroalimentarias: estudio jurídico y económico del sector y de la Ley 13-2013 de fomento de la integración cooperativa, coord. por Cristina Cano Ortega; Carlos Vargas Vasserot (dir.), 823-832. Madrid: Dykinson.
Hiez, David. 2013. «France». In International Handbook of Cooperative Law, editado por Dante Cracogna, Antonio Fici & Hagen Henrÿ, 393-411. Heidelberg: Springer.
Lanz, Marta. 2010. «Transformação de Sociedades. A Problemática das Transformações Heterogéneas». Revista de Direito das Sociedades, Ano II, 1-2: 237-250.
Leite, João Salazar. 2012. Princípios Cooperativos. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda.
Llobregat Hurtado, María Luisa. 1990. Mutualidad y empresas cooperativas. Barcelona: Bosch.
Macías Ruano, Antonio José. 2018. «El principio cooperativo de cooperación entre cooperativas» In Integración y concentración de empresas agroalimentarias: estudio jurídico y económico del sector y de la Ley 13-2013 de fomento de la integración cooperativa, coord.por Cristina Cano Ortega; Carlos Vargas Vasserot (dir.), 305-324. Madrid: Dykinson.
Meira, Deolinda Aparício. 2009. O regime económico das cooperativas no direito português: o capital social. Porto: Vida Económica.
Meira, Deolinda. 2012a. «O regime de transmissão dos títulos de capital nas cooperativas. Acórdão do Tribunal da Relação do Porto, de 10 de janeiro de 2011». In Jurisprudência Cooperativa Comentada, coord. por Deolinda Aparício Meira, 549-555. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda.
Meira, Deolinda. 2012b. «Revisitando o problema da distinção entre excedente cooperativo e lucro societário». In II Congresso Direito das Sociedades em Revista, 353-374. Coimbra: Almedina.
MEIRA, Deolinda A.. 2013. «A Lei de Bases da Economia Social Portuguesa: do projeto ao texto final». CIRIEC-España, Revista Jurídica de Economía Social y Cooperativa, n.º 24: 21-52.
MEIRA, Deolinda A.. 2016. «O regime económico das cooperativas à luz do novo Código Cooperativo português». Boletín de la Asociación Internacional de Derecho cooperativo, n.º 50 (diciembre): 309-47. DOI: https://doi.org/10.18543/baidc-50-2016pp309-347.
MEIRA, Deolinda. 2018. «Artigo 86.º». In Código Cooperativo Anotado, editado por Deolinda Meira e Maria Elisabete Ramos, 476-479. Coimbra: Almedina.
MEIRA, Deolinda & Ramos, Maria Elisabete. 2019. «Projeções do princípio da autonomia e da independência na legislação cooperativa portuguesa». Boletín de la Asociación de Derecho Cooperativo, n.º 55: 135-170. DOI: http://dx.doi.org/10.18543/baidc-55-2019pp135-170
Morillas Jarillo, María José.2018. «Los grupos cooperativos». In Integración y concentración de empresas agroalimentarias: estudio jurídico y económico del sector y de la Ley 13-2013 de fomento de la integración cooperativa, coord.por Cristina Cano Ortega; Carlos Vargas Vasserot (dir.), 377-411. Madrid: Dykinson.
Münkner, Hans-H.. 2015. Co-operative Principles and Co-operative Law, 2nd, revised edition. Zurich: Lit Verlag GmbH & Co. KG Wien.
NAMORADO, Rui.1995. Os Princípios Cooperativos. Coimbra: Fora do Texto.
NAMORADO, Rui.2000. Introdução ao Direito Cooperativo. Para uma expressão jurídica da cooperatividade. Coimbra: Almedina.
NAMORADO, Rui. 2005. Cooperatividade e Direito Cooperativo. Estudos e pareceres. Coimbra: Almedina.
Navarro Lérida, María Sagrario & Muñoz García, Alfredo. 2018. «Los grupos de sociedades en el ámbito agroalimentario». In Integración y concentración de empresas agroalimentarias: estudio jurídico y económico del sector y de la Ley 13-2013 de fomento de la integración cooperativa, coord.por Cristina Cano Ortega; Carlos Vargas Vasserot (dir.), 353-375. Madrid: Dykinson.
Rodríguez Musa, Orestes. 2013. «La autonomía cooperativa y su expresión jurídica. Una aproximación crítica a su actual implementación legal en Cuba». Boletín De La Asociación Internacional De Derecho Cooperativo, n.º 47 (diciembre), 129-56. DOI: https://doi.org/10.18543/baidc-47-2013pp129-156.
Vargas Vasserot, Carlos. 2006. La actividad cooperativizada y las relaciones de la Cooperativa con sus sóciosy con terceros. Monografia associada a RdS, n.º 27. Editorial Aranzadi.
Vargas Vasserot, Carlos. 2010. «Integración y diferenciación cooperativa: de las secciones a los grupos de sociedades». In Boletín de la Asociación Internacional de Derecho Cooperativo, n.º 44 (diciembre): 159-176. DOI: https://doi.org/10.18543/baidc-44-2010pp159-176.
VICENT CHULIÁ, Francisco. 1994. «Ley General de cooperativas, T. XX, Vol. 3.º (artículos 67 al final)». In Comentarios al Código de Comercio y Legislación mercantil especial, Sánchez Calero/Albaladejo (Dir.). Madrid: EDERSA.
El/la autor/a, mediante la entrega de sus manuscritos al Boletín de la Asociación Internacional de Derecho Cooperativo (BAIDC), acepta las condiciones que se detallan a continuación sobre derechos de autor/a y se compromete a cumplirlas.
1. Cesión de derechos
La Editorial (Universidad de Deusto) conserva los derechos de autor/a de esta publicación.
Mediante la entrega de sus manuscritos al Boletín de la Asociación Internacional de Derecho Cooperativo (BAIDC), sin la firma de ningún documento de cesión, el/la autor/a cede libre de pago a la Editorial (Universidad de Deusto) los derechos de distribución, comunicación pública y reproducción del trabajo que somete a publicación en el Boletín de la Asociación Internacional de Derecho Cooperativo (BAIDC) en cualquier tipo de soporte, ahora conocidos o desarrollados en el futuro, para los propósitos educativos y académicos incluida la cesión para su inclusión en las bases de datos en las que esta revista está indexada.
2. Autoría
El/la autor/a debe ser el/la único/a creador/a de la obra o debe actuar legalmente en nombre y con el pleno acuerdo de todos/as los/as co-autores/as.
El/la autor/a garantiza que no se han otorgado ni se otorgarán permisos o licencias de cualquier tipo que puedan violar los derechos otorgados a la Editorial (Universidad de Deusto).
El/la autor/a asume la responsabilidad de obtener todos los permisos necesarios para la reproducción en sus manuscritos de cualquier texto, material o ilustración, proveniente de otro/a autor/a, institución o publicación.
3. Derecho de autor/a y Código de conducta
El/la autor/a garantiza que su trabajo es original; que no ha sido publicado en cualquier forma anteriormente; que no está preparando su publicación en otra parte; que su envío y publicación no violan las directrices éticas de la Revista (BAIDC) ni los códigos de conducta, leyes o derechos de cualquier tercero.
4. Difusión en régimen de Acceso Abierto (Open Access)
El acceso al contenido digital de cualquier número del Boletín de la Asociación Internacional de Derecho Cooperativo (BAIDC) es gratuito, en régimen de Acceso Abierto (Open Access). Los trabajos podrán leerse, descargarse, copiar y difundir, sin fines comerciales inmediatamente después de su publicación, sin la previa autorización del editor o el autor, siempre que la obra original sea debidamente citada y cualquier cambio en el original esté claramente indicado.
5. Redifusión del artículo por el/la autor/a
El/la autor/a tiene el derecho a presentar, exhibir, distribuir, desarrollar y publicar su trabajo, siempre que indique con claridad y en la primera nota a pie de página que el trabajo se publicó por primera vez en el Boletín de la Asociación Internacional de Derecho Cooperativo, con indicación del número, año, páginas y DOI (si procede).
Aviso legal
Cualquier uso del artículo contrario a las reglas anteriores en cualquier medio o formato, ahora conocido o desarrollado en el futuro, requiere el permiso previo por escrito del titular de los derechos de autor/a.
Las consecuencias que puedan derivarse de denuncias por publicación de artículos plagiados serán responsabilidad exclusiva del/de la autor/a.